Ei… está tudo bem estar confusa ao tomar uma decisão tão complexa e que precisa levar muitas coisas em consideração para acontecer.
Então quero te contar uma história pessoal, vamos juntas?
Eu trabalho desde os 15 anos de idade, e trabalho faz 16 anos no total, ou seja, eu trabalho faz muito tempo. Sempre coloquei uma expectativa absurda na minha carreira e essa esfera da minha vida sempre foi prioridade. Desde que me conheço por gente, eu estudo e trabalho!
Em 2022 eu ainda queria realizar um grande sonho, o intercâmbio e eu consegui concretizá-lo. Durante esse período eu pensei muitas vezes em abrir mão deste projeto e antecipar a chegada do meu bebê . Hoje mais madura sei que ter escolhido ir para o intercâmbio e ter o meu filho 1 ano depois foi a melhor decisão que tomei!
Em resumo, ao planejar a chegada do meu bebê eu tive a oportunidade de fechar ciclos que eram importantes para mim e que seriam amplamente impactados pela chegada de um novo membro na família. Com essa história, deixo aqui a minha primeira dica: feche ciclos importantes para você e converse sobre esse tema com a sua pessoa parceira. Ter um bebê não significa que você não poderá realizar seus objetivos e abrir e fechar novos ciclos, mas, significa que essa nova etapa da vida exige entrega e maturidade para adiar alguns planos.
Durante a licença maternidade eu percebi que o formato de trabalho tradicional (CLT) não seria capaz de atender às minhas necessidades de tempo dedicado ao cuidado com o meu bebê e às minhas tarefas profissionais, foi durante esse período que a minha cabeça e o meu coração entraram em conflito e eu tive que tomar algumas decisões difíceis ligadas a minha carreira;
- Foi difícil aceitar que eu queria mudar em decorrência da chegada do meu filho, pois temos exemplos constantes de mulheres bem-sucedidas que conseguem conciliar suas carreiras de sucesso com a maternidade.
- Foi mais intenso ainda abrir mão do que eu conhecia como realidade profissional e dos 10 anos atuando no segmento de recursos humanos;
- Foi difícil aceitar que eu queria estar meio período do dia integralmente com o meu filho, pois, eu aprendi até os meus 32 anos de idade, que eu deveria trabalhar ainda mais para garantir os recursos financeiros para meu filho crescer;
- Foi difícil fazer uma transição de carreira, em um momento de tanta incerteza com um bebê que depende muito de mim para tudo.
Em resumo, foi difícil… mas não foi impossível. Desde quando eu soube da chegada do meu filho eu senti uma “coisa estranha”, um incômodo com a maneira que eu trabalhava, então eu já sabia que algo iria mudar com a chegada dele. Eu não ignorei esses sentimentos e já comecei a pensar: “o que eu poderia fazer para mudar?”. Comecei a conversar com meu esposo sobre esses sentimentos e alinhar com ele algumas expectativas.
Durante a licença maternidade esse sentimento de incômodo foi combinado com um desejo de ser uma pessoa melhor para mim e para o meu bebê, e esse movimento foi capaz de me dar forças para mudar , eu fiquei com medo e me senti insegura todos os dias. Mas nasceu em mim uma coisa que chamo de potência, a Ana conseguiu ver além do que trazia segurança!
Essa breve história fala sobre mim, com todas as minhas singularidades e sei que a sua deve ser bem diferente da minha, ou não! Mas o que quero dizer é que está tudo bem se você quer continuar onde está, se você quer mudar ou se você quer fazer uma pausa na sua carreira.
A minha dica aqui é: abrace essas emoções, acolha o caos e as mudanças que acontecem com a chegada de um filho e converse sempre com as pessoas que estão ao seu lado. Não tenha medo de mudar por você e pelas pessoas que você ama!
OBS: Sua carreira é importante demais e podemos auxiliá-la na elaboração dessas emoções, estar apoiada por um profissional de psicologia perinatal te trará confiança e apoio para lidar com tantas mudanças importantes!